CONACEN

Conselho Nacional de Consumidores de Energia Elétrica

Empresas pedem mercado de carbono no país

FONTE O GLOBO

 

Conselho entregou ao governo proposta de ‘precificação’ para estimular redução de emissões

Representantes do setor empresarial entregaram ontem ao ministro da Fazenda, Eduardo Guardia, uma proposta para a criação de um mercado de carbono no país. Elaborado pelo Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS), o plano prevê a criação de mecanismos para financiar a transição do Brasil para uma economia de baixo carbono com a chamada “precificação”, em que as empresas basicamente pagam para emitir gases que provocam o efeito estufa, como o dióxido de carbono (CO2).

Essa política tem sido adotada em vários países para incentivar a redução das emissões e, dessa forma, alcançar as metas do Acordo de Paris para frear o aquecimento global. Atualmente, 51 jurisdições nacionais e subnacionais (como estados ou províncias de alguns países) já adotaram a precificação de carbono. Há duas formas: a tributação direta, com um imposto ou taxa sobre as emissões, ou um mercado em que empresas e outras entidades negociam as emissões.

Para o caso brasileiro, o CEBDS — entidade voltada para a promoção da sustentabilidade que reúne cerca de 60 grupos empresariais — defende o uso de instrumentos de mercado. Como o governo ainda não tem uma definição, as empresas resolveram se adiantar com uma proposta para tentar evitar a tributação.

EMPRESAS NÃO QUEREM IMPOSTO

Segundo a presidente do CBDES, Marina Grossi, a precificação pode ajudar o país a atingir as metas assumidas no Acordo de Paris. Isso porque tecnologias ligadas a gases-estufa ficam mais caras, estimulando o investimento em fontes limpas:

— Os governos precisam regular a precificação do carbono, ou seja, atribuir um custo às emissões realizadas pelas empresas — argumenta Marina, que entregou a proposta ao ministro, acompanhada de representantes de empresas como Siemens, Shell e Vestas.

Coordenador do Sistema de Estimativa de Emissões de Gases de Efeito Estufa do Observatório do Clima, Tasso Azevedo, concorda:

— Quando colocamos preço no carbono, eliminá-lo da cadeia produtiva tornasse vantajoso. No futuro, países que tiverem se adaptado à precificação terão uma vantagem no comércio internacional.