A Câmara de Comercialização de Energia Elétrica – CCEE divulga a nova edição do estudo sobre a disponibilidade de lastro de energia incentivada para atender a demanda dos consumidores especiais. O levantamento aponta que há uma sobra aproximada de 496 MW médios para 2017, principalmente em decorrência da liberação de energia resultante de Mecanismos de Compensação de Sobras e Déficits (MCSDs) de Energia Nova.
As cessões de MCSD de Energia Nova realizadas pela CCEE ainda para 2017 (modalidade 0) foram responsáveis pela descontratação de 1.020 MW médios em montantes de energia em 2017, divididos em 560 MW médios em abril e outros 460 MW médios liberados no mecanismo de junho.
“O principal objetivo deste estudo, divulgado periodicamente pela Câmara de Comercialização, é prover informações analíticas relevantes e estratégicas sobre o panorama atual do setor elétrico nacional, além de ampliar a simetria de informações ao mercado”, observa Carlos Dornellas, Gerente Executivo de Monitoramento, Gestão de Penalidades & Informações.
Além do MCSD de Energia Nova, a atual sobra observada até o momento no primeiro semestre de 2017 decorre também do menor nível de migração dos consumidores para o mercado livre. Até junho, migraram 1.868 cargas de consumidores especiais, que representaram um acréscimo de 593,5 MW médios de consumo. Entre fevereiro e abril deste ano, houve queda na quantidade de migrações em todas as faixas. Houve um sutil crescimento em maio, seguido por estabilidade em junho. As cargas de menor porte (até 0,4 MW médios) representam a maior parcela das migrações com consumo próximo a 0,16 MW médios e também contribuem para a disponibilidade de lastro para 2017.
A expansão da geração já esperada para o segundo semestre do ano, que totaliza acréscimo 318 MW médios ao sistema em 2017, é outro fator que contribui com a disponibilidade de lastro.
A partir de janeiro de 2018, as sobras de energia incentivada decorrentes dos MCSD A-1 e MCSDs A-0 de Energia Nova voltam a ficar comprometidas, uma vez que as liberações ocorrem até dezembro de 2017 e surgem novos comprometimentos de energia no ambiente regulado de usinas adiantadas. Por isso, para o próximo ano observa-se atualmente um déficit aproximado de 11 MW médios, mesmo considerando o MCSD que já rodou para 2018 (modalidade A4+), liberando de 360 a 664 MW médios ao longo do ano, e acordos bilaterais do ACR, que liberaram 58 MW médios.
“Vale lembrar que ocorrerão outros MCSDs de Energia Nova, A-1 (em dez/17), e MCSDs A-0 ao longo de 2018, que podem resultar em novas liberações de energia incentivada para o próximo ano, dependendo da continuidade de sobras contratuais das distribuidoras e declarações de geradores”, observa Dornellas.
Além dos MCSDs de Energia Nova, o equilíbrio entre oferta e demanda em 2018 pode ser reestabelecido por meio de negociação bilateral dos montantes de contratos atualmente comprometidos com consumidores livres e autoprodutores. Também há possibilidade de liberação de energia por meio de acordos bilaterais do mercado regulado (ACR).
Metodologia – A sobra de energia considera os montantes de garantia física das usinas em operação até maio de 2017, a expansão definida na Reunião Ordinária do Grupo de Monitoramento da Expansão da Geração (realizada em junho de 2017 com a coordenação do Departamento de Monitoramento do Sistema Elétrico – DMSE), as usinas do relatório de Acompanhamento da Expansão da Oferta de Geração de Energia Elétrica decorrente da fiscalização da Aneel no período, bem como os comprometimentos registrados na CCEE até maio de 2017. Portanto, não considera o comprometimento de eventuais migrações ocorridas a partir de junho de 2017.