Agência avalia que não é necessário aumentar os custos extras gerados nas contas de luz mesmo após queixas de empresas de distribuição de energia
Por Reuters
Brasília – A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) avalia que não é necessário aumentar os custos extras gerados nas contas de luz pelas chamadas bandeiras tarifárias, mesmo após queixas de empresas do distribuição de energia, que alegam que o que arrecadam nas tarifas não tem sido suficiente para cobrir todos seus custos.
O diretor-geral do órgão regulador, André Pepitone, disse nesta terça-feira que negou um pedido da Associação Brasileira dos Distribuidores de Energia (Abradee) por medidas para enfrentar o que as elétricas alegam ser um descasamento de caixa gerado por despesas maiores com o acionamento de térmicas e com a compra de energia mais cara no mercado para compensar uma menor geração das hidrelétricas.
“Até encaminhei um ofício para a Abradee, a gente na agência não identifica esse descasamento de fluxo de caixa. Estamos abertos para conversar, mas nossa equipe técnica não identifica esse descasamento”, afirmou Pepitone nos bastidores da reunião de diretoria da agência nesta terça-feira.
Ele afirmou que, com esse diagnóstico, a agência não vê “de forma alguma” a necessidade de elevar cobranças com as bandeiras tarifárias, que elevam o custo da energia em momentos de escassez até para ajudar as distribuidoras a pagar pela geração mais cara de termelétricas.
As bandeiras geram custos adicionais quando saem do patamar verde para o amarelo ou vermelho. Atualmente elas estão no chamado segundo patamar da bandeira vermelha, o que gera o maior sobre custo, de 5 reais a cada 100 kilowatts-hora consumidos.
Pepitone disse que até pode haver algum descasamento de caixa nas empresas, mas que a situação é normal do setor e será resolvida conforme as distribuidoras passarem por seus processos de reajuste tarifário, quando os custos adicionais enfrentados por elas são repassados às contas.
“Tem o que é pontual, o que é normal… é natural do processo. A gente não viu nada desestruturante, que levasse ao desequilíbrio. Nem em uma empresa isoladamente”, afirmou.