Entraram em operação comercial quase 10 GW de energia nova no SIN com destaque para UHEs que representaram 53% do total
Mauricio Godoi, da Agência CanalEnergia, de São Paulo, Planejamento e Expansão
O Brasil registrou em 2016 o maior volume de aumento de capacidade instalada desde que começou a ser divulgado esse dado, em 1998. Até dezembro foram adicionados ao sistema elétrico nacional 9.526 MW. Esse resultado foi obtido como consequência da expansão hidrelétrica, que contribuiu com cerca de 5.000 MW, o equivalente a 53% do total.
Nesse período, apontou a Agência Nacional de Energia Elétrica, os destaques ficaram para a conclusão da motorização da UHE Jirau (RO, 3.750 MW), que adicionou 975 MW em nova capacidade de geração. E ainda, a UHE Teles Pires (MT/PA, 1.092 MW) que entrou em operação comercial em sua totalidade; a UHE Santo Antônio (RO, 3.568 MW) que acrescentou 652 MW ao sistema; e a maior de todas veio da UHE Belo Monte (PA, 11.233 MW) que somente em 2016 incrementou o SIN com 1.989 MW em operação comercial. A segunda fonte com maior capacidade instalada acrescida foi a eólica, com 2.564 MW, 27% do total da capacidade instalada em 2016, até novembro.
A fonte eólica, no ano, teve um aumento superior a 20% com relação à capacidade instalada em 2015. Até dezembro de 2016, havia 10.092 MW nas usinas eólicas em operação. O estado do Rio Grande do Norte foi o que mais contribuiu para o incremento da potência eólica instalada no país, com cerca de 920 MW, seguido pelo Ceará, com acréscimo de aproximadamente 600 MW, e o estado da Bahia, com 520 MW incrementados.
As usinas termelétricas contribuíram para um acréscimo de 1.758 MW, representada por 18% do total. Destaque foi dado para a UTE Maranhão III com 518,8 MW de capacidade em operação comercial. As Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs) somaram 203 MW, 2% do total, em 2016.
Para 2017, está previsto um incremento de 7.120 MW de capacidade instalada. A fonte hidrelétrica é a que novamente deverá apresentar maior crescimento absoluto a partir de grandes usinas, com aproximadamente 4.000 MW. O crescimento relativo da fonte eólica novamente deverá ser expressivo, com um incremento de cerca de 2.400 MW. Nesse sentido, finalizou a agência reguladora o país contará com a continuidade da motorização da UHE Belo Monte, a entrada em operação comercial de complexos eólicos e da UTE Mauá 3 (590 MW), em construção na cidade Manaus (AM).
De acordo com dados da Aneel, o recorde pertencia até então ao ano de 2014 quando pouco mais de 7,5 GW de capacidade entraram em operação comercial. Desde 1998 foram adicionados ao sistema elétrico nacional mais de 83 GW de energia nova. Segundo o planejamento do setor já foram contabilizados mais 28,2 GW que deverão entrar em operação até 2023. E ainda há cerca de 7,5 GW que deveriam ser construídos, mas que no momento não apresentam previsão de conclusão das obras, a maior parte (4,8 GW) em termelétricas movidas a combustíveis fosseis.