No caso da energia solar, comercializador varejista funcionária como um agregador tanto de carga como de geração
Carolina Medeiros, da Agência CanalEnergia, do Rio de Janeiro, Mercado Livre
01/07/2016 – 14:19h
A grande judicialização do setor elétrico é uma das barreiras para a atuação efetiva da figura do comercializador varejista. Após três anos da sua criação, ainda não há nenhum player atuando nessa função. Rui Altieri, presidente do Conselho de Administração da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica, conta que há uma preocupação de uma decisão judicial impedir o corte de clientes inadimplentes.
“O problema é se a justiça determinar que não seja realizado o corte e isso se arraste por meses”, declarou Altieri, que participou no dia, 1º de julho, do Brasil Solar Power, no Rio de Janeiro. “O Brasil tem que caminhar para uma relação comercial”, defendeu o executivo ao dizer que se houver inadimplência em outro tipo de serviço, o produto não será entregue, mas que no caso da energia, muitas vezes a justiça determina a continuidade do fornecimento.
O diretor-geral do Operador Nacional do Sistema Elétrico, Luiz Eduardo Barata, que já foi presidente do Conselho de Administração da CCEE, também lamentou o fato do comercializador varejista ainda não estar atuando. “Temos que resolver isso, porque essa figura é muito importante para a fonte solar”, apontou.
Altieri explicou que o comercializador varejista no caso da solar funcionaria como um agregador tanto de carga como de geração. “Ele reúne um grupo de geradores de pequeno porte, agrega toda essa geração e comercializa esse portfólio”‘, disse. Essa figura seria ainda mais importante na geração distribuída, ficando responsável por vender o excedente da energia.