A contratação obrigatória de térmicas a carvão em Santa Catarina, prevista em projeto de lei aprovado pela Câmara, terá um custo de R$ 840 milhões por ano para todos os consumidores, de acordo com cálculos da Associação dos Grandes Consumidores Industriais de Energia e de Consumidores Livres (Abrace). A matéria, que segue para o Senado, vai na contramão de um esforço global para abandonar a fonte, uma das mais poluentes.
O texto aprovado garante a contratação da energia gerada por térmicas a carvão mineral em Santa Catarina. O projeto prorroga a outorga do Complexo Termelétrico Jorge Lacerda, localizado no Estado, até 2040. Hoje, o combustível usado por essas usinas já é subsidiado pelos consumidores por meio de encargos na conta de luz.
Em conjunto com outras entidades, a associação encaminhou uma carta ao Senado na tarde desta terça-feira, 14, com as estimativas de custo da medida aprovada pelos deputados. “Quando comparada com a opção de os consumidores contratarem livremente sua energia renovável ao custo de R$ 187/MWh (megawatt-hora), a emenda inserida no PL 712/2019 impõe a todos os consumidores uma ineficiência anual de R$ 840 milhões.”
Também assinam o documento a Associação Nacional dos Consumidores de Energia (Anace), o Conselho Nacional de Consumidores de Energia Elétrica (Conacen), o Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) e o movimento União Pela Energia.
As entidades afirmam estarem preocupadas com o impacto da contratação de térmicas a carvão, considerada um “retrocesso”, para o setor de produção, consumidores e meio ambiente e pleiteiam a rejeição do dispositivo no Senado.
Fonte: Isto é Dinheiro