Fonte: Itaipu
Desde as 5h, a Itaipu está escoando 9.468 metros cúbicos de água por segundo. É o maior vertimento da hidrelétrica já registrando este ano. Com o reservatório cheio, a usina precisa escoar o excedente de água não usado para a produção de energia elétrica. O resultado provoca um espetáculo no vertedouro, que neste domingo, 22, depois de pouco mais de quatro anos, volta a ter todas 14 comportas das três calhas abertas.
Normalmente só uma ou duas calhas são abertas para escoar o excedente de água. Em situações normais de operação da usina, a abertura simultânea de todas as comportas só ocorre em grandes cheias. Neste domingo, a medida é para testes e vai durar em torno de duas horas, das 10h ao meio-dia, horário brasileiro de verão. O volume vertido deve ser semelhante ao deste sábado, o equivalente a seis vezes à vazão média das Cataratas do Iguaçu, que também oferecem um espetáculo grandioso com as quedas acima do seu nível normal.
Essa é uma boa oportunidade para conhecer a usina de Itaipu. Moradores de Foz do Iguaçu e região não pagam para fazer a visita panorâmica. Para este domingo, haverá ônibus extras para a visitação.
É obrigatório apresentar comprovante de residência recente, acompanhado de documento de identificação com foto. Menores de 18 anos podem apresentar comprovante em nome dos pais. O ingresso deve ser retirado no Centro de Recepção de Visitantes, no dia da visita. Outras informações podem ser conferidas no site https://www.turismoitaipu.com.br/pt/ingressos
Itaipu é uma usina a fio d’água
Por ser a última usina do Rio Paraná – a montante, ou acima dela existem quase 50 outras hidrelétricas -, a usina de Itaipu opera a fio d´água, isto é, seu reservatório tem um pequeno volume quando comparado com a vazão do rio. Isto significa que Itaipu não tem como “segurar” a água do Rio Paraná. Toda a água que chega até a barragem volta ao Rio Paraná, seja depois de passar pelas turbinas, seja pelo vertedouro, quando há mais água do que o necessário para produzir energia.
O vertedouro é um sistema de comportas utilizado justamente para escoar toda a água que não é utilizada para produção de energia, quando o reservatório está na cota máxima, isto é, no limite de capacidade de armazenar água. O reservatório opera no sistema de cotas mínima e máxima de armazenamento. A cota máxima é no nível 220,30 metros acima do nível do mar. Até hoje, a cota mínima utilizada por Itaipu foi de 215,35 metros, em 2001, quando a usina precisou operar em carga máxima para atender o setor elétrico brasileiro. Naquele ano, o Brasil chegou a enfrentar um racionamento de energia elétrica.
A partir do nível máximo, de 220,30 metros acima do nível do mar, há pouca possibilidade de Itaipu segurar a água no reservatório, sob risco de comprometer os equipamentos da usina. Por isto, a água precisa ser vertida. Portanto, toda a água que chega do Rio Paraná ao reservatório, a montante (acima), volta ao Rio Paraná a jusante (abaixo) da usina.
Monitoramento
A Comissão de Cheia vai permanecer monitorando e avaliando a situação, com a divulgação de boletins permanentes de alertas hidrológicos com dados atualizados. Essas informações são compartilhadas com instituições competentes para que as medidas sejam adotadas de forma preventiva.
Para este sábado, a previsão é que 40 moradias poderiam ser afetadas no bairro paraguaio de San Rafael, em Hernandárias, com a elevação do nível rio Paraná, na região da Ponte da Amizade, que chegou a 113,3 metros. O normal ali é 109 metros.